As atividades que me ajudam a encontrar calma têm sido minhas grandes aliadas desde o início desta jornada. No entanto, há dias em que mesmo elas não conseguem dissipar a melancolia. Hoje foi um desses dias. Acordei com o peito pesado, um sentimento que transcende qualquer explicação simples.

Logo pela manhã, tinha uma consulta médica agendada—aquelas obrigatórias para obter encaminhamentos necessários aos exames de rotina. Apesar disso, não era esse o verdadeiro motivo do aperto que tomava conta do meu coração. Foi ao escrever em meu diário—um hábito que me proporciona enorme conforto—que a lembrança veio como uma avalanche. Há exatos 13 anos, eu me despedia da minha mãe, em um adeus eterno. A tristeza, enfim, encontrou seu diagnóstico.

Assim como aconteceu quando fui diagnosticada com aquela conhecida SM, que transformou minha vida, a dor emocional do dia de hoje ultrapassou minha capacidade de lidar com o peso dessas emoções. Por um momento, tentei ser forte. Mas não demorou até que eu desmoronasse completamente.

Decidi permitir-me sentir. Permiti-me chorar pela ausência física da minha mãe e também pela presença constante dessa síndrome que tanto me desafia. É comum que eu me sinta inchada após comer qualquer coisa, mas, quando meu emocional está vulnerável, como hoje, essa condição se intensifica de maneira significativa.

Hoje, até explorei opções drásticas. Pesquisei sobre um procedimento cirúrgico por endoscopia—a promessa de inovação, sem cortes e com recuperação rápida. No entanto, o custo, aproximadamente R$ 35 mil, rapidamente me fez voltar à realidade. É um avanço brilhante da medicina, mas, para alcançar esse valor, não há atalhos.

Esse pensamento só aumentou minha tristeza. Busquei conforto no devocional diário e me deparei com uma mensagem que trouxe um lampejo de esperança:  

"Mas tu, SENHOR, és o escudo que me protege; és a minha glória e me fazes andar de cabeça erguida. Ao Senhor clamo em alta voz, e do santo monte ELE me responde." (Salmos 3:3-4)

Esta promessa celestial foi meu antídoto para o dia de hoje. Amanhã, volto para compartilhar como essas palavras transformaram o curso das minhas emoções.

Até lá,  

Cindy Ferreira – viveReal