O Setembro Amarelo Está Indo Embora.
Setembro Amarelo está terminando!
Tenho ido a diversas escolas palestrar sobre a prevenção ao suicídio, aproveitando a ocasião da campanha Setembro Amarelo.
Mas o público-alvo não são apenas os alunos. Os pais são figuras primordiais quando o assunto é prevenção e saúde emocional.
A dor de perder um filho para o suicídio é inimaginável. Não consigo sequer pensar como eu lidaria com algo tão avassalador.
Mas infelizmente muitos pais já passaram por isso e com certeza se perguntaram "por quê" muitas e muitas vezes, sendo acometidos por uma dor lancinante e cruel, às vezes para o resto da vida.
É muito importante dizer que o suicídio é multifatorial, ou seja, não tem uma causa específica! É algo super complexo e que portanto, nem sempre terá uma explicação clara e muito menos única.
E por isso mesmo, pela sua natureza multifatorial e muitas vezes inesperada, é fundamental que tenhamos o hábito de observar mais os nossos filhos, estando atentos aos seus comportamentos e sentimentos.
Eu posso garantir que meu filho não tente tirar a própria vida? Não! Infelizmente não. Os pais não são seres oniscientes e onipresentes, capazes de ver e ouvir tudo ao seu redor, controlando totalmente a própria vida e a de outros.
Mas sem dúvida, observar e oferecer um espaço de acolhimento e apoio que permita à criança e ao adolescente falar sobre seus sentimentos e se abrir, pode fazer a diferença e salvar vidas.
No oceano revolto da adolescência, uma fase tão turbulenta e cheia de intempéries, os pais precisam ser o porto seguro que proporciona o mínimo de segurança para os filhos navegarem.
Alguns pais dizem "não sei como fazer isso, tenho dificuldades de comunicação e conexão com meu filho". Tudo bem!! Já é difícil lidarmos com as nossas próprias emoções e desafios, que dirá auxiliar outras pessoas a lidar com as emoções e desafios delas, certo?
Mas é para isso que existem profissionais, ferramentas e livros. Para nos guiarem!
Mentiu quem disse que basta ter um filho nos braços para se tornar pai ou mãe. Esse é um papel que precisa ser aprendido, e não sem muita dedicação e esforço.
Pais, aprendam a ser portos para seus filhos
Paula Fischer
Saúde Emocional
CRP 08.08899