O Dinheiro e a Saúde: Um Relacionamento Bem Difícil

"Eu sabia que não seria fácil, mas fui em frente, sem opção de retorno."

Eu sabia que a fase que estava por vir seria complicadíssima. Estava “sozinha”, doente e, para dificultar ainda mais, sem emprego aos cinquenta anos de idade. Em um país onde a saúde pública (SUS) é um caos e o preconceito etário no mercado de trabalho, especialmente contra mulheres, é uma barreira constante, minha realidade parecia sombria. Eu tinha plena consciência de tudo isso. Permiti-me sentir medo e vivi meu momento de luto por tudo aquilo que estava acontecendo.  

Mas, no fundo, eu sabia que precisava seguir em frente. Entre trancos e barrancos, momentos de pavor e outros de extrema força, decidi não me render.  

No meio de tantas mudanças, havia algo que teimava em não mudar: os boletos continuavam chegando. Não precisa ser nenhum gênio para saber que, quando só sai dinheiro e nada entra, o fim logo bate à porta. Foi então que resolvi buscar ajuda. Graças a Deus, um casal de amigos, com quem já havia trabalhado anos atrás, me acolheu de braços abertos. Fechamos uma parceria que me permitiu continuar na área de seguros—mas desta vez trabalhando com eles e não para eles.  

O início foi difícil, mas, pouco a pouco, as coisas começaram a tomar forma. Consegui organizar isso ainda no mês seguinte à minha demissão, enquanto tinha o dinheiro da rescisão, o seguro-desemprego e as comissões que comecei a ganhar ao fechar novos contratos de seguros.  

Não demorou muito para que eu conseguisse reequilibrar minha vida financeira. Não sobrava dinheiro, é verdade, mas eu conseguia cumprir com meus compromissos sem precisar voltar a ser empregada de ninguém.  

Esse fator, por si só, fez toda a diferença. Sem as obrigações de horários exaustivos, pude priorizar meu tratamento, cuidar da minha saúde e redescobrir minha qualidade de vida.  

Com mais tempo para mim, aproveitei para estudar mais, trocar experiências com amigos e até mesmo com desconhecidos. Pela primeira vez em muito tempo, passei a amar meus finais de semana—algo que parecia impossível na época em que trabalhava como CLT, de domingo a domingo.  

E sobre essa redescoberta falarei amanhã.  

Até lá,  

Cindy Ferreira - viveReal

Adicionar comentário


Sobre | Contato

viveReal - Todos os Direitos Reservados a Cindy Ferreira

WhatsApp Online