Tudo passa. As crises também!
Era uma sexta-feira, feriado bancário, 16/03/90 quando o plano Collor surpreendeu os
brasileiros. O plano reteve todo o dinheiro depositado em bancos, determinou que quantias superiores a NCZ$ 50 mil (50 mil cruzados novos) em conta corrente, aplicadas na poupança ou no overnight, fossem confiscadas.
Eu levei um susto, tudo o que tinha aplicado e em conta corrente foi confiscado! Como
conseguiria pagar as contas, e o meu planejamento financeiro, e o amanhã? Se estou escrevendo esse artigo, é sinal que sobrevivi.
Outro problema que já presenciei, foi viver com a hiperinflação, que chegou ao absurdo de 2.477,15% (IPCA) em 1993. O que você comprava no supermercado, se retornasse para comprar mais algumas horas depois, já custava mais caro.
Os donos de supermercado, os lojistas, utilizavam uma “arma”, a máquina de remarcar preços ou remarcador de preços. Os funcionários tinham a mão essa máquina etiquetadora e ficavam nas prateleiras alterando os preços que não paravam de subir devido a inflação fora de controle.
Então em 1º de junho de 1994 foi lançado o Plano Real. Programa brasileiro de estabilização econômica que promoveu o fim da inflação elevada, que já perdurava trinta anos.
Atualmente estamos passando por outras crises, financeira, política, ética, é crise para todos os gostos. Dólar subindo, preços dos combustíveis, dos alimentos, tudo subindo, o que me faz lembrar de como era a vida antes do Plano Real.
Apesar de alguns prejuízos o melhor é manter a calma, não fazer movimentos bruscos. No calor da emoção as pessoas tomam decisões erradas.
Já se passaram mais de três décadas desde o susto quando fiquei com dinheiro retido. Hoje, olhando para o passado, superei outras tantas crises. Eu já fui jovem e nem sabia que tinha resiliência.
A pergunta é: O que você precisa saber e fazer para suportar as adversidades?
Conforme escrevi, eu não sabia que tinha a capacidade de me adaptar, mesmo em situações difíceis. Que diante de uma adversidade, eu buscava uma força interior para me levantar e me recuperar.
Nunca me achei forte, sábio ou resiliente. O que eu sempre tive foi fé e posso afirmar para você que está com medo, medo do amanhã, medo de não conseguir pagar as contas, medo da falta de dinheiro, de perder o emprego, que essa crise que você está passando, vai passar.
O que eu quero dizer com este artigo é que vamos sobreviver, apenas não desista!
Estarei aqui semanalmente para dar dicas, mas só você poderá dar o primeiro passo.
Até a próxima Sexta - Feira.
Altemir Farinhas
Palestrante – Especialista em Finanças Comportamentais
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