Não é sobre o que é certo, é sobre o que eu faço!

Quando recebi o diagnóstico de Síndrome Metabólica (SM), veio junto uma “sentença” alimentar sem graça. Para quem ama comer, isso é devastador. Tudo bem deixar de comer fora, mas ter que me contentar com uma alimentação sem sabor e sem vida era algo que eu, definitivamente, não estava disposta a aceitar.

Por providência divina — e não por mera coincidência, como alguns disseram — usei grande parte da minha rescisão para transformar um quarto com banheiro em um home studio bem planejado. Começando pela cozinha, esse novo espaço foi um incentivo para que eu deixasse de comer qualquer coisa por impulso e assumisse a responsabilidade de cozinhar de verdade.

Eu já sabia preparar o trivial e fazia isso bem, dentro do pouco conhecimento que tinha. Minha mãe cozinhava maravilhosamente, mas nunca me preocupei em aprender com ela — e, quando fui diagnosticada, ela já havia partido. Assim, entendi que teria que reconstruir minha culinária do zero e, mais do que isso, resignificar minha relação com a comida.

Por trabalhar tanto tempo fora, raramente seguia um horário para comer. Quase sempre fazia refeições às pressas, fora de casa. Se não optava pelo restaurante, recorria ao delivery e devorava tudo na cozinha do trabalho. Comer correndo, sem me preocupar com nada além do sabor dos alimentos, talvez tenha contribuído para o agravamento da síndrome. Hoje sei que ela é hereditária.

Minha cozinha é fofa, mas minúscula. O fogão? Apenas um cooktop de duas bocas. A pia? Pequena, mas compensada por uma bancada ampla e armários suficientes. A geladeira, por outro lado, é grande — o que faz toda a diferença, já que verduras, hortaliças e frutas ocupam bastante espaço. Aliás, frutas geladas são um dos meus grandes prazeres.

Assim nasceu o desejo de cozinhar melhor, com mais qualidade, estudar cada ingrediente e observar como meu metabolismo reage. Afinal, embora sempre tenha respeitado os médicos, percebi que precisava me entender melhor com o meu próprio corpo — e esse foi o maior desafio. Ele não é estável; às vezes, rejeita até alimentos saudáveis. Brinco que tem um temperamento bipolar! A princípio, só há uma coisa que ele aceita sempre bem: água, preferencialmente gelada. O resto? Ele decide quando vai aceitar e quando vai reclamar.

Hoje, minha principal meta é encontrar uma maneira de não me sentir como se estivesse grávida sem nunca ter estado. Quero reduzir minha circunferência abdominal, então sigo testando receitas até chegar a um cardápio ideal. Inclusive, estou seriamente considerando voltar para a faculdade e me formar em Nutrição. Assim, eu mesma cuidaria da minha saúde, sem precisar gastar dinheiro com profissionais que só se preocupam com o valor da consulta — e não com o meu bem-estar. Se quer algo bem-feito, vá lá e faça você mesma. É por aí!

Volto amanhã para falarmos sobre saúde emocional — um tema que o mundo deveria dar mais atenção. Comigo, não é diferente. Tem sido um desafio, mas amanhã seguimos com essa conversa.

Te vejo por aqui às 18hs (ou quase isso).

Até,

Cindy Ferreira | viveReal

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