Quando Comer Se Torna um Vício

Fumantes e alcoólatras enfrentam grandes desafios para vencer seus vícios. Mas, em algum momento, podem tomar a decisão de abandoná-los de vez. E quando o vício é a comida? Não dá pra simplesmente cortar da vida—ela é essencial para nossa sobrevivência. Ainda assim, é possível aprender a administrá-la.

Sempre gostei de comer. Mas nunca achei que fosse viciada. A verdade é que, até os cinquenta anos, nunca me preocupei muito com o que colocava no prato. O cheiro, o sabor e a praticidade vinham sempre antes dos valores nutricionais. Almoçava fora, jantava qualquer coisa. Meu café da manhã era quase sempre o mesmo: pão, frios e leite com café.

Até que um dia passei muito mal. Foi ali que percebi que algo estava errado. Eu, que brincava dizendo que tinha "estômago de avestruz", comecei a inchar como um baiacu depois de comer. E olha que me comparar a um peixe talvez fosse modesto... parecia mais uma grávida de nove meses.

Desde 2018, isso se tornou parte da minha rotina. Mas, pensando bem, talvez o problema já existisse há muito mais tempo e eu só não percebia. Estava sempre ocupada, correndo atrás de metas, tentando enriquecer uma empresa que não era minha. Foi só em 2022 que recebi o diagnóstico de Síndrome Metabólica. E desde então, mesmo testando remédios, suplementos e adaptações na alimentação, a sensação de estar "grávida" não foi embora. Às vezes como uma única azeitona e parece que devorei um peru inteiro.

Cansei de pular de uma nutricionista para outra, ouvindo promessas de acompanhamento que nunca se cumprem. No fim, tudo se resume à próxima consulta e a mais uma receita cheia de cápsulas e a esperança de que, dessa vez, funcione.

O jejum intermitente foi o que trouxe melhores resultados até agora. Perdi alguns quilos e, por um tempo, vi minha barriga reduzir. Mas manter um protocolo rígido não é fácil. Nunca fui atleta, mas gostava do que via no espelho.

Sei que a atividade física poderia me ajudar. E não é por falta de tempo—hoje sou dona da minha agenda. O bloqueio é outro. Falta de prioridade? Autossabotagem? Com certeza. Mas sei que é mais profundo que isso.

O curioso é que adoro planejamento, sou metódica, organizada quase em nível de TOC. Então por que com a academia é tão diferente? Como diria minha mãe: tem caroço nesse angu!

Pode ser emocional? Pode. Talvez algo que eu ainda não tenha enxergado.

Mas isso é papo pra amanhã.

Por hoje é isso.

Cindy Ferreira | viveReal

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