
A vida é feita de relacionamentos — e o dinheiro é um deles!
Muitos anos atrás, eu tinha uma colega que, sempre que saíamos para lanchar, pegava o cardápio e ia direto para o item mais barato.
Na época, confesso que me irritava o que eu via como avareza. Hoje, quase trinta anos depois, não tenho mais contato com ela, mas, até onde sei, está casada, tem filhos e mora numa casa grande.
Já eu moro sozinha, num studio de pouco mais de trinta metros quadrados — que não é meu, mas foi todo projetado e executado por mim. Paguei por isso e depois o valor foi abatido do aluguel.
Aos olhos de muita gente, pode parecer que fui eu quem “saiu perdendo”. Se fizermos um cálculo aproximado do que gastei em três décadas pagando aluguel, considerando uma taxa média, eu poderia ter acumulado algo em torno de R$ 6,3 milhões! Claro que esse número varia, dependendo dos investimentos, impostos e das crises econômicas, mas serve para ilustrar o poder dos juros compostos.
Optei por pagar aluguel por diversos motivos. Era o preço de viver sempre em bairros bons, com conforto, qualidade de vida e perto de tudo. Nada contra quem pensa diferente e prefere comprar um imóvel.
Mas, no meu caso, sou sozinha neste mundão, sem herdeiros — então, para quê deixar um elefante branco para alguém quando eu me for?
Ao longo dos meus 57 anos, venho tentando viver um dia de cada vez. Isso não quer dizer que eu não pense no futuro. Pelo contrário: venho me organizando para ter uma boa vida até o dia de voltar para a casa do Pai. Inclusive, já deixei planejado o que acontecerá com meu corpo quando eu partir.
Antes que alguém ache esse pensamento mórbido, eu digo: isso é planejamento.
A vida muda o tempo todo, mas uma coisa é certa — não sou eterna. Um dia, vou morrer. Todos nós vamos. A diferença está em como lidamos com isso. E, sinceramente, não acho justo que alguém tenha que resolver essa parte da minha vida por mim.
Em vida, sempre fui eu quem precisou tomar as decisões — por que seria diferente na morte?
E é para isso que o dinheiro existe para mim. E para você? Como é a sua relação com o dinheiro, com as pessoas e com o mundo?
Sobre amizades, falaremos no sábado.
Até lá,
Cindy Ferreira | viveReal