Uma Peça Avulsa no Tabuleiro da Vida

Você já se sentiu como uma peça que não se encaixa? Eu já. Por muito tempo, vivi tentando encontrar meu lugar, sofrendo para me ajustar. Mas hoje? Hoje, não mais.

A sensação de não pertencimento é devastadora. Pior ainda é forçar um encaixe onde você não cabe, comprimindo sua essência para se moldar a espaços que, na verdade, nunca foram seus. Por anos, senti isso até em relação ao mundo como um todo. Mas agora, recusei o convite para pertencer a qualquer coletivo. Quero viver plenamente dentro da minha pluralidade.

Por mais de quatro décadas, paguei um preço altíssimo para manter a convivência com parte da minha família, o chamado "sangue do meu sangue." Liderei, limpei o caminho, e, muitas vezes, fui um verdadeiro capacho para conquistar o privilégio de estar ao lado de quem só me queria pela utilidade que eu oferecia. Rebaixava-me para se engrandecer às minhas custas.

Lembro-me de um episódio que marcou essa dinâmica. Ajudava minha irmã a montar sua nova clínica, carregando e organizando tudo. Quando dei uma sugestão sobre a decoração, ela retrucou: “Cuide da parte braçal que da parte pensante cuido eu.” Ali, eu entendi como ela verdadeiramente me via.

Segundo ela, eu era a força braçal e ela, o cérebro. Mas a verdade é que, enquanto ela era estudiosa e esforçada, eu era naturalmente inteligente. Só que, no mundo narcisista que ela habitava, sua superioridade era inquestionável. Até que chegou o dia em que me cansei. Me libertei da dependência de um amor falso e passei a buscar algo mais precioso: amor-próprio.

Como boa ariana, não faço tipo para agradar. Gosto de quem gosta de mim pelo que eu sou. Hoje, carrego um círculo menor ao meu redor, mas com qualidade. Desde 2012, adotei o minimalismo – não apenas em relação a bens materiais, mas também em vínculos emocionais. Sempre que necessário, demito amizades, clientes e até *amores*. Meu critério? Reciprocidade.

Agora, eu conheço o meu valor. E quem não consegue reconhecê-lo não faz mais parte da minha vida. Elimino sem constrangimento ou arrependimento. O meu lema hoje é claro: **VIVER COM O MENOS POSSÍVEL DO MELHOR.**

Quanto à opinião alheia... sinceramente? Não dou a mínima.

Bom final de semana e até segunda!

Cindy Ferreira - viveReal

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