Trabalhe com Propósito!

Pela própria etimologia da palavra “trabalho” é associado a castigo, fardo, provação. Em latim “tripaliāre” significa torturar, pois na época da Roma antiga existia um instrumento de tortura chamado “tripalium” usado pelos romanos para castigar os réus ou condenados.

Nem percebemos, mas essa se tornou uma crença limitante, enraizada no inconsciente de milhares de pessoas e que acaba fazendo com que elas se sintam insatisfeitas com a sua profissão ou ocupação. Não raro, sofrem de angústia e frustração diária por terem que trabalhar a vida toda em algo com que muitas vezes não há a mínima identificação.

À parte os casos em que trabalhar é realmente uma questão de necessidade básica e de sobrevivência, o que infelizmente é a realidade de grande parte da população, uma outra parte dessa mesma população acredita que o salário baixo, o chefe ou o excesso de demandas são as justificativas para sua desmotivação e infelicidade no trabalho.

No entanto, muitas dessas pessoas se sentem entristecidas porque não fazem o que gostam, não aprenderem a gostar do que fazem e/ou não conseguirem colocar em prática todo seu potencial.

E, apesar de frustradas, insatisfeitas ou improdutivas, sentem-se também sem forças ou condições para sair dessa situação, com medo de transitar para uma nova carreira ou área e sem saber por onde e como começar qualquer mudança.

O problema maior é que a falta de identificação com o trabalho, a falta de clareza do que podem fazer como um novo objetivo profissional e o medo de fazer a escolha profissional errada potencializam a ansiedade em relação ao futuro. A sensação de não conseguir avançar e evoluir profissionalmente e todo esse estado emocional negativo podem causar inúmeros problemas de saúde, como o cansaço excessivo, tanto físico quanto mental, dores de cabeça frequentes, insônia, dificuldades de concentração e sentimentos de fracasso e insegurança.

Há que se considerar também que a atual virtualização do local de trabalho, inclusive potencializada pela pandemia, possibilita que se trabalhe em qualquer canto e a qualquer hora, o que gerou um estresse ainda maior. Inúmeros executivos, por exemplo, sentem-se pressionados a produzir com competência e eficácia o tempo todo, para dar conta da competitividade do mercado.

Assim, experimentam um nível de infelicidade muito grande, pois apesar dos ganhos financeiros significativos e da conquista de um padrão de vida elevado, não conseguem conviver com a família ou sequer usufruir dos frutos do seu trabalho, vivendo uma vida acelerada e estressante.

Eles perdem a conexão com o que fazem, já não se reconhecem no próprio trabalho e não conseguem mais visualizar o real propósito dele.

Uma das fontes desse estresse, portanto, vem do fato do indivíduo não enxergar o resultado de toda a obra e viver o trabalho de forma compartimentalizada, além de enxergá-lo como uma obrigação, um protocolo a ser cumprido de forma compulsória e automatizada.

Quando não nos reconhecemos claramente naquilo que fazemos, nosso trabalho se torna um estranho para nós e todo o esforço e dedicação passam a não ter sentido.

Mas a verdade é que não precisa ser assim. O mundo mudou, a relação entre vida pessoal e trabalho também.

Hoje é totalmente possível se realizar e prosperar trabalhando em algo com significado e que gere muito mais do que um retorno apenas financeiro.

É possível trabalhar com aquilo em que somos bons, que nos permita utilizar nossos dons e vivenciar nossos valores mais profundos.

Para começar qualquer mudança, inicialmente precisamos substituir a ideia de trabalho – enquanto fardo, castigo – pela ideia de “obra”, ou seja, aquilo que construo e em que me vejo.

Parafraseando Mário Sérgio Cortella, todos nós podemos ter a nossa própria criação, na qual criamos a nós mesmos ao mesmo tempo em que criamos no mundo! Ele fala isso em seu livro chamado “Qual é a tua obra” e cuja leitura recomendo a todos que em algum momento se sentiram inquietos ou desconfortáveis sobre o sentido do que fazem.

O segundo passo é se dispor a trilhar o caminho do autoconhecimento. Descobrir nosso propósito - e não apenas no âmbito profissional, mas na vida como um todo - é essencial para uma existência mais feliz e passa pela identificação dos nossos valores, talentos, habilidades únicas e pelas nossas verdadeiras aspirações e porquês.

Por isso, nunca será tarde para nos questionarmos em relação a isso, mudarmos de rumo e sermos mais felizes, desde que com consciência, clareza de propósito e planejamento.

“De nada adianta a um homem ganhar o mundo se ele perder sua alma” (Mt 16,24).

Ótima semana para você, repleta de sentido!

Até terça !

Paula Fischer
Psicóloga CRP 08-08899

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Comentários  

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Conquistar sem risco é um sonho sem mérito..a admiração e o mais forte dos poderes se não estamos prontos ou ainda estamos na dúvida não temos mais.espaco.... é bom saber o que se deseja para ter um plano de conquista .acelere..o mundo é de quem acredita!
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